quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Por outro lado...

Semana passada postei um texto que falava da Lei Seca, com o objetivo didático de estimular a direção responsável. Exagero? Não. Vide o caso emblemático do deputado estadual Fernando Carli Filho, que ao dirigir embriagado, matou dois jovens. Como ele, ainda existem muitas pessoas que insistem em agir de forma irresponsável. Foi pensando nelas que escrevi “Goró Caro”, pois independente de quantos leitores e do nível de visitação que tenho, me comunico publicamente através do ‘Bate e rebate” e não fujo a responsabilidade de levantar bandeiras que considero justas, através desse espaço.
Dito isso, cabe lembrar que não tenho qualquer motivo para dizer amém ou fazer vista grossa para os pontos fracos e até oportunistas da Lei Seca, nem muito menos, me vejo no direito de condenar motoristas habitualmente responsáveis, que são ou foram punidos por deslizes pequenos, que até os centésimos tem dificuldade de mensurar. O meu recado tem um destinatário muito claro: motoristas irresponsáveis costumeiros, que ainda pensam que não há nada demais no fato de beber bastante e dirigir.
Sendo assim, vou contextualizar para falar também daquilo que pode (e deve) ser revisto entre tudo que tem a ver com essa iniciativa.
Antes de impor qualquer restrição, autoridades deveriam dar opções eficientes e seguras de transporte público coletivo, que garantisse o direito de ir e vir das pessoas, a qualquer hora, para só então regular a direção.
Levando em conta que a maioria absoluta da população não pode pagar as corridas (salgadas) de taxi, que outra opção existe além de dirigir? Nenhuma. E isso, por si só, já cria uma tremenda incoerência diante da lei, que admite quase nenhum álcool no organismo do motorista.
Outro ponto polêmico são as punições. Para que aplicar a suspensão do direito de dirigir por até um ano, aos motoristas que, comprovadamente (através do bafômetro, inclusive), passam longe da embriaguês? Se o sujeito não é um Fernando Carli Filho da vida, a sociedade não precisa evitá-lo, como motorista!
Se a proposta das autoridades é mesmo educar, seria muito mais funcional penalizar através de trabalho voluntário, por exemplo. O que pode conscientizar mais um motorista que o trabalho com as pessoas que tentam se reabilitar para vencer as seqüelas e/ou ferimentos provocados por acidentes de trânsito?
Fica evidente que o propósito de tudo o que é feito por meio da Lei Seca, se aproxima mais da arrecadação do que propriamente da educação, como bem lembrou Fabio Machado, no post anterior.
Então, para cobrar correção do Estado, façamos a nossa parte. Contestar o erro requer acerto constate!

3 comentários:

Fabio Machado disse...

Agora está imparcial... rs

Beijos,
Fabio.

Benefícios Previdenciários disse...

Consciência por parte do brasileiro é complicado. Esperar uma melhoria nas estatísticas dos acidentes de trânsito sem usar a coerção é um caminho longo a ser percorrido.Quando o bom senso não prevalece, vem a tal premissa de manda quem pode e obedece quem tem juízo.

Unknown disse...

Quel, como te disse outro dia pelo msn, andava afastado do seu blog, mas me alegra retomar a leitura e ver que você não perdeu a coerência!
Concordo plenamente com sua opinião expressa no post, principalmente, no que concerne à questão da oferta de transporte público.
Parabéns, ao contrário dos motoristas que você critica e dentre os quais às vezes me incluo suas opiniões continuam as mais sóbrias!