Esperamos do próximo atitude parecida com a nossa. Esse movimento natural é ao mesmo tempo automático e injusto. Automático porque opera até no nível do inconsciente e injusto porque é egoísta e errado pressupor que outro indivíduo vai agir de acordo com valores que, na verdade, são seus e não dele...Então, mesmo que nossas expectativas se apóiem naquilo que o senso comum considera justo e razoável, expectativas, idealizações – por si só – são os erros originais no processo de apodrecimento das relações entre as pessoas.
Ligados no automático, não nos damos conta disso e passamos a vida toda esperando que quem nos cerca aja com respeito, mantenha a ordem para viabilizar a com(vivência), tenha senso de justiça, gratidão e consideração. E assim só conseguimos frustração, irritação, dor e confusão.
Nos frustramos porque o que esperávamos não aconteceu. Nos irritamos porque nossas emoções e “valores” foram desrespeitados. Sofremos porque não sabemos como neutralizar tanta contrariedade. Por fim, projetamos o fato de não conseguirmos lidar com tudo isso para as pessoas – que muita vezes nada têm a ver com a causa dessas questões...Aí pequenos ou grandes problemas do dia a dia se transformam em válvulas de escape por onde extravasamos toda essa carga emocional. Somamos às pequenas frustrações problemas anteriores e mal resolvidos, que muitas vezes tem a ver com situações, de fato, mais sérias...Na sequência, depois de sentir decepção, frustração e irritação, sentimos uma angústia aniquiladora, que parece minar nossas forças por nos deixar um grande sentimento de impotência e desorientação como “presente”.
Assimilado em um nível mais profundo, esse sentimento é vivido à exaustão e algo muito bonito acontece: toda a aflição se transforma em reflexão. As paixões vão pouco a pouco saindo de cena, para dar lugar a faculdades mais racionais e por fim a outra gama de sentimentos – muito mais nobres – como a aceitação do próximo e o perdão. E o mais bacana desse fenômeno é perceber que ele começa com uma premissa muito simples: compreender que o próximo pode ter limitações que o impedem de agir de forma justa, respeitosa, compassiva e por aí vai...Então, por mais legítima que seja a nossa revolta, ela perde o sentido de existir, já que percebemos que os primeiros errados somos nós mesmos, quando esperamos de alguém algo que essa pessoa não pode dar. E dessa clareza conhecemos o perdão, a partir de nós mesmos. A partir do exercício de perdoar a nós mesmos, vemos o quanto é simples perdoar o próximo.
Vivi todo esse processo – do começo ao fim – nessa noite e posso dizer que tive uma insônia das mais úteis e transformadoras. O alívio que se experimenta depois da aceitação e do perdão é algo que nem pode ser descrito de tão grandioso! Porque jogamos fora – de uma só vez – a frustração, a irritação, a dor e os conflitos. Por agora, só consigo resumir tudo isso com um choro que ainda brota dos meus olhos, carregado por uma emoção forte e feliz também. Espero refinar melhor esse turbilhão de descobertas para dividir com vocês.
Beijos
Ligados no automático, não nos damos conta disso e passamos a vida toda esperando que quem nos cerca aja com respeito, mantenha a ordem para viabilizar a com(vivência), tenha senso de justiça, gratidão e consideração. E assim só conseguimos frustração, irritação, dor e confusão.
Nos frustramos porque o que esperávamos não aconteceu. Nos irritamos porque nossas emoções e “valores” foram desrespeitados. Sofremos porque não sabemos como neutralizar tanta contrariedade. Por fim, projetamos o fato de não conseguirmos lidar com tudo isso para as pessoas – que muita vezes nada têm a ver com a causa dessas questões...Aí pequenos ou grandes problemas do dia a dia se transformam em válvulas de escape por onde extravasamos toda essa carga emocional. Somamos às pequenas frustrações problemas anteriores e mal resolvidos, que muitas vezes tem a ver com situações, de fato, mais sérias...Na sequência, depois de sentir decepção, frustração e irritação, sentimos uma angústia aniquiladora, que parece minar nossas forças por nos deixar um grande sentimento de impotência e desorientação como “presente”.
Assimilado em um nível mais profundo, esse sentimento é vivido à exaustão e algo muito bonito acontece: toda a aflição se transforma em reflexão. As paixões vão pouco a pouco saindo de cena, para dar lugar a faculdades mais racionais e por fim a outra gama de sentimentos – muito mais nobres – como a aceitação do próximo e o perdão. E o mais bacana desse fenômeno é perceber que ele começa com uma premissa muito simples: compreender que o próximo pode ter limitações que o impedem de agir de forma justa, respeitosa, compassiva e por aí vai...Então, por mais legítima que seja a nossa revolta, ela perde o sentido de existir, já que percebemos que os primeiros errados somos nós mesmos, quando esperamos de alguém algo que essa pessoa não pode dar. E dessa clareza conhecemos o perdão, a partir de nós mesmos. A partir do exercício de perdoar a nós mesmos, vemos o quanto é simples perdoar o próximo.
Vivi todo esse processo – do começo ao fim – nessa noite e posso dizer que tive uma insônia das mais úteis e transformadoras. O alívio que se experimenta depois da aceitação e do perdão é algo que nem pode ser descrito de tão grandioso! Porque jogamos fora – de uma só vez – a frustração, a irritação, a dor e os conflitos. Por agora, só consigo resumir tudo isso com um choro que ainda brota dos meus olhos, carregado por uma emoção forte e feliz também. Espero refinar melhor esse turbilhão de descobertas para dividir com vocês.
Beijos