quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O jeito é pressionar!

Depois de me desgastar com os desmandos da empresa de telefonia Oi, resolvi sanar meus prejuízos através da justiça. Quanta decepção! A Oi, é quem dá as cartas e dita as regras até mesmo no Tribunal de Justiça! Essa instituição pública, que deveria trabalhar para defender o interesse do cidadão, se rende aos interesses de uma empresa privada, como a Oi e permite que até mesmo o valor da indenização seja pautado pela disposição mal intencionada dessa empresa, que há anos lidera o ranking das mais reclamadas nos organismos de defesa do consumidor! Do contrário, a juíza que conduziu a minha audiência não teria me orientado a fazer uma contraproposta de indenização "pouco maior" que a última oferta da Oi! A juíza chegou a me dizer que eu poderia discordar da sentença e recorrer depois...
Com isso, saí do Tribunal de Justiça com uma terrível sensação de impotência, que perdurou por todo o meu dia. Isso estragou a minha segunda-feira, prejudicou minha capacidade criativa, tirou minha disposição de escrever e produzir, como faço diariamente. Mas, pior ainda: esse episódio deu status de "realidade" para um folclore triste, que diz que toda a Justiça do nosso país é comprada! Que esse país não é sério! Que a civilidade é uma realidade distante da nossa e que devemos fugir desse lugar, assim como já fizeram tantos brasileiros desapontados.
Acontece que eu não quero fugir porque a fuga não é a solução! A solução é pressionar tanto as empresas que nos desrespeitam quanto a Justiça - que sempre deve resguardar e defender nossos direitos! Então, eu quero mais que é que minha sentença seja divulgada e já aguardo ansiosa pelo dia 23 de agosto, quando o TJ vai publicar o desfecho disso em seu site. Porque agora, eu vou até o fim! Nem que, para isso, eu tenha de investir meu parco e suado dinheiro na contratação do melhor advogado de Defesa do Consumidor disponível na cidade do Rio de Janeiro!
E, por mais que alguns me digam que investir tanto não compensa, encaro esse esforço como um compromisso social. Coisa que - aos poucos – tende melhorar a atuação da nossa Justiça. Afinal, se cada cidadão prejudicado por empresas como a Oi adotar a mesma estratégia, a Justiça vai se ver obrigada a repensar sua política! Portanto, qualquer pessoa interessada em permanecer no Brasil deveria fazer isso! Essa é a nossa quota de sacrifício em prol de uma sociedade mais séria, que faça valer os direitos básicos de seus cidadãos – pessoas como eu e você, que pagam seus impostos e mantém até mesmo os salários de Juízes e todos os outros servidores públicos! Mesmo sem investir uma grana alta em bons advogados, já mantemos a Justiça e todas as instituições públicas, que deveriam nos servir, através de muitos impostos! Nosso sacrifício precisa se transformar em justiça - de verdade!

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O que fomos e o que somos


Nesse sábado reencontrei pessoas muito queridas. Gente que já não via há anos, como meu professor de fotojornalismo e a minha primeira professora de assessoria de imprensa. Sentados à mesa de um bar, falamos de tudo um pouco. Entre uma lembrança e outra, muita risada, carinho e alegria por estarmos ali! Então, lá pelas tantas, um assunto me tocou especialmente: como a faculdade é fundamental para deflagrar um processo muito bonito, pessoal e intransferível em todos que passam por ela: o autoconhecimento.
A variedade de assuntos, a identidade com algumas disciplinas, a afinidade com muitos dos colegas e professores, a quantidade de informação a que temos acesso, os primeiros contatos com o mercado de trabalho, a experimentação do profissionalismo, os questionamentos e algumas certezas. Tudo isso faz da vivência universitária um passaporte para um grau bem maior de consciência acerca do que somos. Enfim, parte daquilo que nos tornamos vem do ambiente da faculdade.
Hoje, já livre de certos fantasmas, tenho orgulho de dizer que esse processo continua por meio de outros caminhos: semanalmente em minhas sessões de terapia, em muitos dos texto que escrevo, em alguns dos livro que leio, em muitos dos filmes que vejo, a cada tentativa de entender e atender bem meus clientes, em parte das negociações com os colegas repórteres, em parte das conversa com os amigos...Enfim, em cada dia vivido.
E aí, mergulhada num mosaico de muitas emoções, revejo em cada um dos rostos dos meu amigos e professores num retrovisor de lembranças. Olhando com mais calma, percebo que a imagem refletida é o meu próprio rosto! A minha própria alma enfeitada por cada um de vocês! E, com gratidão, reconheço que algumas virtudes tiveram muita importância para mim. Com o Homero, aprendi que a disciplina e o rigor podem ter um tom amigo; Com a Taty entendi que a reserva é diferente do isolamento; Com a Luciana me permiti sorrir mais; Com a Laura conheci a tradução mais bonita da elegância; Com o Robson percebi que o conservadorismo pode não ser opressor. Por isso e muito mais eu amo essa galerinha da foto!