terça-feira, 19 de outubro de 2010

O buraco é mais embaixo

"Se o crime fosse só um desvio individual, então bastaria mais polícia, enfrentamento e cadeia para resolver o problema. Mas "Tropa 2" confirma aquilo que os esquerdistas defensores dos direitos humanos vêm falando há muito tempo: que o ato de praticar um crime não é apenas uma decisão equivocada de um indivíduo tomada isoladamente, mas sobretudo o resultado de uma série de fatores políticos, econômicos e culturais. Ao insistir no desvelamento do "sistema", José Padilha expõe alguns desses fatores. Contribiu para mostrar que uma política de segurança pública não pode se fundar numa lógica belicista, militarizada. "Caveiras" não vão derrotar o "sistema". Já a ação política tem alguma chance".

Ao meu ver, essa é a grande reflexão que Antônio Engelke, doutorando em ciências socias, nos dá de presente, nesse trecho do ótimo artigo publicado hoje, no jornal O Globo. Sem ela, todo o burburinho em torno do filme "Tropa de Elite 2" não vai além da promoção de mais um sucesso de bilheteria e algum entretenimento...
Afinal, é preciso se valer da mobilidazação provocada por Capitão Nascimento para admitir que o trabalho do Bope não tem qualquer chance de reparar nossa apodrecida dinâmica social.O que nos resta é a busca de uma solução mais eficiente, a partir de uma nova política, como lembra Engelke.
Mudanças reais começam a partir da reflexão, sempre!Portanto, recomendo a leitura completa de "A tropa, a elite e o sistema" - artigo publicado na página 7 do caderno Opinião. Palpites são bem - vindos entre os comentários

Beijos ; - )

3 comentários:

Unknown disse...

Preciso assistir o filme, para tecer comentarios...

Gostei daqui.

um beijo.

Raquel Med Andrade disse...

Seja bem-vinda e volte sempre, Luana!
Beijos

Anônimo disse...

Raquel,

Caí aqui por acaso, googlando outra coisa. Mas obrigado pelo elogio! Fico feliz que o texto tenha ajudado a reflexão.

Abraço,

Antonio Engelke