quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O “porco” do progresso

Essa semana o “Bate e rebate” traz a contribuição da Flávia Werlang, repórter que cavou e revelou para o Brasil casos sérios e tantas outras histórias, que movimentaram o noticiário nacional há poucos anos atrás. A Flavia traz para a blogsfera, através desse espaço, as implicações da suinocultura, direto de Chapecó -SC. Aproveitem!

Flavia Werlang
Qual espectador que não gosta de ver a vida nua e crua virar arte? Agora imagina a história – isso, digo história e cultura de uma região – contada a partir da narrativa de um porco? O que diria o “Papa” em fazer longas para um ouvinte paciente? Foi com esta veia, um verdadeiro “pig brother” que os roteiristas de Espírito de Porco vão apresentaram 22, 23 e 24 de outubro, no Centro Cultural Badesc, em Floripa, o documentário de 52 minutos, que aborda o impacto da suinocultura industrial no meio ambientee no bem-estar animal. “É como um pig brother. Numa mesma casa, pra lá e pra cá, durante cinco meses, cento e poucos quilos”. Séculos de Injustiça e Difamação
“Se não fosse pelo porco, não haveria merda nenhuma nessa região”. Com duplo sentido, a merda é uma faca de dois gumes. A produção conta com a participação de produtores, consumidores, pesquisadores e trabalhadores ligados à suinocultura industrial. A criação de suínos faz parte da história e da cultura da região oeste de Santa Catarina. Foi esta atividade que gerou prosperidade e alavancou o crescimento de grandes agroindústrias, mas tem provocado graves desequilíbrios ambientais, como a poluição dos rios. (Vale lembrar que a Sadia e antiga Chapecó são da região).

Quem quiser pode ver um pedaço do documentário no Youtube
http://www.youtube.com/watch?v=ayz_CvIANRQ. Um trecho é a linguagem local, mantida na íntegra pela produção quando mostra os depoimentos. “Nós semo que nem o peixe, morremo pela boca de tanto comer” (sic).

Nenhum comentário: