segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

“Nem” vem!

Riso, ranço, asco ou aversão – são muitas as reações causadas pela palavra “nem”, uma espécie de “pronome de tratamento” incluído no universo das gírias brasileiras. A abreviação de neném é uma tentativa (frustrada!) de expressar amabilidade, intimidade e até gentileza, tanto que é (infelizmente) comum ver pessoas se referindo a outras dessa forma: “Oi, nem!”; “Oh, nem!”; “Né, nem?!” e mil outras variações do tema, sem sair do tom, como canta a canção. Enfim, entre íntimos ou desconhecidos o tratamento já virou sinônimo de um lifestyle: o símbolo maior do mal gosto, bordão dos sem noção!Afinal, se referir ao próximo como “nem” se aproxima mais da indiferença (estar “nem” aí...) do que da eterna fofura dos nenéns, que originaram a abreviação leviana.
Uma das vantagens de se ter poucos leitores é conhecê-los o suficiente (ao menos o perfil) para saber que posso banir essa palavrinha nojenta por aqui, sem qualquer constrangimento. Assim, posso execrar um ilustre desconhecido que me disse “desculpa, nem” (argh!) depois de pisar meu pé, enquanto eu espera na fila infinita do banco.Apesar de bem intencionado, o homem me fez raiva – mais pelo “nem” que pelo pisão, pois chega a ser patético falar com alguém de quase trinta anos como se fosse um neném....A vontade é de espernear, como um bebê de verdade!

3 comentários:

Fernanda Dabtas disse...

aff tb me irrito profundamente com o "nem"

rsrs

Lu Ribeiro disse...

tb odeio o 'nem'...rs... já reparou que agora existe um variação religiosa do 'nem'? 'amada'! mais um pronome de tratamento, argh!!!

Raquel Med Andrade disse...

KKKK - Bem lembrado, Lu!
Também não suporto esse terrível "amada", vulgarizado, falado sem qualquer zelo ou apego ao sentido original da palavra...