sábado, 7 de março de 2009

Deixem o calendário como está!

Mais um oito de março se aproxima e, com a data, vem também a “celebração” do Dia Internacional das Mulheres. A escolha surgiu como um marco simbólico das injustiças que as mulheres sofreram ao longo da história. Não à toa, a lembrança ficou para o oitavo dia do mês de março. Em 1857, 129 operárias foram trancadas e incendiadas vivas, em decorrência de protestos por melhores condições de trabalho.
Atualmente, há quem pense que é um despropósito manter a data no calendário mundial. Afinal, é grande o número de mulheres que chefiam famílias e empresas, crescente o percentual daquelas que ocupam postos de trabalho tipicamente masculinos e ainda maior a quantidade das que conquistam qualificação.
Tamanha feminização do mundo, no entanto, quase some, tendo em vista a questão da violência contra a mulher, que ainda compõe uma sucessão de barbaridades, vistas cotidianamente, em manchetes de jornais.
Um exemplo muito evidente disso é o caso da criança de 9 anos, estuprada pelo próprio padrasto.Grávida de gêmeos, a menina foi submetida a aborto legal - já que além de ser resultado de um estupro, a gravidez pôs a vida da gestante em risco.
Afora a proximidade constrangedora com o Dia Internacional das Mulheres, os desdobramentos do crime mostram que, infelizmente, a existência da data não é um despropósito. Enquanto o estupro não for um caso isolado e a Igreja Católica considerar legítimo excomungar responsáveis por um aborto como o que está em questão, ainda será necessário deixar o calendário como está.

Um comentário:

Taty Bruzzi disse...

Apesar de para alguns ser apenas uma data, em que vão lembrar de nós, mulheres, dando-nos uma flor ou um simples cumprimento, tudo tem que começar de um jeito. Talvez a partir de hoje, qd vc coloca em evidência a verdadeira história por trás desta data, esse seja um novo caminho a ser trilhado em busca do verdadeiro respeito com o qual devemos ser tratadas.

Parabéns!

Bjs,

Taty!