sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Sintoma

Poucas coisas são tão fantasiosas (e incoerentes) como a neve que inspira a decoração do comércio carioca. Meu coração vê com distância e “frieza” o inverno europeu em nosso verão tropical, em formato de bonecos de neve nos corredores de shoppings.
De perto, no entanto, sinto a corrupção - coisa presente na vida cotidiana, através de pequenas atitudes, que juntas, consolidam a “personalidade torta” do povo. Por injustiça e conveniência a sociedade ignora que a raiz do problema vem do sinal avançado, do imposto sonegado, da compra de produtos piratas e de todas as “pequenas” infrações a que cada um se permite.O cidadão médio apenas se surpreende com os escândalos, exemplos públicos de má fé e espírito corrupto mas, não se dá conta que a corrupção na política é mais um reflexo da postura de tirar vantagem, mesmo que isso implique em desrespeitar regras, leis e pessoas...Afinal, honestamente, o que o cidadão comum, que se omite em sanar o prejuízo, que causa a alguém, numa colisão de carros, por exemplo, não faria se tivesse a chance de desviar bilhões de reais de um orçamento público?
A projeção mostra que a corrupção não é a neve de que falei antes... A postura corrupta está nas negociatas do poder na mesma medida em que povoa o a vida de cada mero mortal.Reverter o desacerto que só faz aumentar a abstinência eleitoral a cada pleito e, mais ainda, a sensação de que o país nunca entrará nos eixos é tarefa de cada um de nós, a cada dia. Esse dever depende da consciência de que um erro não justifica o outro. Para que o cidadão brasileiro possa ser tratado com a seriedade que merece, é necessário que cada um se “dê ao respeito” e faça por merecer a justiça que espera dos poderosos.
Portanto, não tem jeito, a reforma do mundo começa com a “faxina” no seu universo particular.
Quero fazer esse dever de casa. Esse é meu desejo público para o ano que começou!

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