quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Deu samba



Outro dia, comentei com meu amigo Serginho que estava louca para dançar tango, ritmo que ele aprendeu recentemente. O Serginho adorou a ideia, mas ficamos
sem saber onde dançar, já que não conhecemos nenhuma casa que toque tango na cidade. O problema acabou quando li uma notícia sobre o Festival de Tango do Rio de Janeiro. O evento, que já está em sua 5ª edição, acontece simultaneamente em três grandes clubes cariocas. Logo, eu e Serginho teríamos opções para “riscar o salão”!
Me apressei em contar a boa nova ao meu amigo, que ficou todo entusiasmado! No dia “D” vesti aquele vestidão e conferi o evento com meu partner.
Quando chegamos, percebemos que havia um casamento acontecendo no mesmo clube, andar e setor do Festival de Tango. E, na verdade, as duas festas só eram separadas por uma plaquinha, com setinhas que indicavam as direções dos salões de uma e de outra. Óbvio que meia dúzia de seguranças grandões também estavam por lá (nada que impedisse aquela brincadeirinha nas internas sobre as terceiras intenções de “penetrar” na festa alheia).
Na verdade, percebi que os funcionários do clube estavam tão focados em filtrar o acesso ao casamento que enxerguei uma “oportunidade” não menos marota e passei ao largo pela bilheteria do Festival, levando comigo o Serginho. Sim, eu e meu amigo – talvez o último gentleman do RJ – não pagamos o valor dos ingressos. Essa molecagem já rendeu muito humor para a noite, mas somos do bem, então consumimos pesado em comes e bebes para compensar clube e organização do evento. Enfim, uma “troca” feliz para todos!
Bancando as celebridades, continuamos a rir muito já que notamos o climão “comunidade do tango e dança de salão” entre os presentes. Na pista, víamos casais arrebentar, com coreografias que lembravam a “Dança dos Famosos”. Nessa atmosfera “profissa”,nos recolhemos a nossa insignificância... Sentadinhos e nem por isso comportados, nos concentramos em comer,zoar e gargalhar.Um trio – solução para egos encolhidos e pouco dispostos a passar recibos de “amadores” na pista de dança. Para nossa sorte, esse espaço logo foi reservado aos verdadeiros artistas da noite, cantores e companhias de dança da Argentina e Uruguai, que emocionaram com que há de mais bonito no tango, milonga e até ritmos mais folclóricos dos dois países. Lindo, lindo!
Com o fim dos espetáculos, a pista foi novamente aberta aos “normais”, mas continuamos longe dela, já que a melodia não é a “especialidade” da dupla. Lá pelas tantas o DJ mandou uns forrozinhos e pude arrastar um tímido Serginho para o salão. Meu partner logo recobrou a confiança e mandou muito bem! Além disso, fez múltiplas piadas, quase me roubando o controle urinário (kkkk).
Mas nossa alegria durou pouco, pois o tango voltou...Meu amigo se sensibilizou com minha frustração e providenciou um cavalheiro para dançar tango comigo. Isso mesmo, Serginho deu uma de dance hunter e arrumou um tangueiro profissa com quem eu pude dançar (rsrsrs)!
Inspirado, o rapaz fez um remake adaptado, que eu chamaria de “Perfume de Homem”. Explico: depois dos cumprimentos iniciais, a primeira coordenada do moço foi: “Fecha os olhinhos”(kkk). Entregue, embarquei na do rapaz. Por una cabeza, encarnei La cumparsita e fui feliz o bastante para me contentar com a primeira dança.
Depois da dançadinha inaugural, conversei com meu fiel escudeiro Serginho e resolvemos partir.
Na saída, percebemos que todo aquele staff de seguranças não fiscalizava o acesso ao casamento. E...bingo: penetramos na festa alheia, coroando a noite com o gostinho de molecagem dupla...rsrsrs.
Felizes como pintos no lixo, dançamos eufóricos! Mas tudo que é bom dura pouco...Olhei ao redor e percebi que a maior parte dos convivas já tinham partido e logo seríamos descobertos como “penetras” caso não saíssemos da festa naquele momento.
No melhor estilo adolescente, vazamos! E Serginho empolgado, bancou o mestre-sala sambando como se não houvesse amanhã, em plena rua do requintado Leblon.
Sim, a blogueira que vos fala também encarnou a porta bandeira, fazendo aquela performance “apoteótica” (kkk) de sambista. Faz parte do nosso show...rsrsrs!
E, como a Sapucaí é grande, encerramos a noite com mil outras piadas (impublicáveis) no bar Veloso, onde sempre há “material humano” para muita crônica e personagens para muita história.

5 comentários:

Taty Bruzzi disse...

Raquel, só vocês dois mesmo. Fico imaginando a cena hilária.O bom disso tudo é que vocês se divertiram muito e você ainda matou o desejo de dançar tango. Huahuahua

Bjsss

Unknown disse...

Raquel aplicada no calote e na penetra, muito bem! da próxima vez pode chamar que vou.

bj

Sérgio Mussalam disse...

Quel,
Adorei o seu texto - ele retrata de forma quase fidedigna (digo quase, pois, como você mesma disse, há detalhes impublicáveis, rs...) tudo o que aconteceu naquela noite. Se na hora desses acontecimentos eu ri da maneira que você pode presenciar, neste momento, mesmo aqui sozinho, não está sendo diferente!
Posso dizer que há muito tempo não me divertia tanto! Foi demais!
E parabéns pela crônica, ficou "show". :-)
Bjs.

Raquel Med Andrade disse...

Taty,
Agora só falta você.Na próxima, quero você como mais uma protagonist Gilberto e Serginho,
a da história...srsrsrs.

Giba,
Preciso me aprimorar muito nessa arte...rsrsrs. Na próxima te chamo, sim.

Serginho,
Também vou rir do episódio eternamente...rsrsrs. E, sem medo de errar, também posso dizer que foi das noites mais divertidas do último ano.

Beijocas para todos

Rodrigo Caixeta disse...

Ainda bem que eu já soube de alguns detalhes impublicáveis, senão estaria aqui me roendo pra saber... Hahaha... Mas vcs são dois caras de pau, isso sim! Hahahah... Brincadeirinha, amo vcs! <3