quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Clausura urbana

Arrastões, ataques, enfrentamentos e troca de tiros entre polícia e marginais se multiplicam e paralisam de medo o povo carioca. Afinal, ninguém mais se sente seguro para circular pelas ruas, nem mesmo para manter sua rotina normal e fazer os percursos do cotidiano.
Essa situação passou do estágio de "doença crônica" que todo cidadão carioca estava habituado a administrar e atingiu o nível de completo caos, onde a perspectiva mais segura é formada por uma sociedade inteira enclausurada em suas casas. Num futuro - muito próximo - vejo pessoas trabalhando exclusivamente via home office, crianças e adolescentes educados através de aulas virtuais, donas de casa fazendo comprando alimentos através dos sites de supermercados e as estruturas de condomínios cada vez mais robusta,embutindo no interior desses serviços que até agora estão "fora das grades" - restaurantes, petshops, cursos de inglês - tudo para complementar a estrutura que já existe (academias de ginástica, salões de beleza...).
O mercado imobiliário e outros setores verão isso com bons olhos e vão exaltar a comodidade desse modelo de vida. Falarão do "amadurecimento" dos condomínios e do quanto eles evoluíram em benefício da população. No entanto, o que me salta aos olhos nada tem a ver com progresso: fico intrigada com uma completa inversão de valores onde homens de bem vivem na clausura dos condomínios, enquanto marginais vivem em absoluta liberdade nas ruas.
Isso sem falar do que vai ser feito das fatias mais humildes da população, quem não tem recurso para viver em casas dignas, tampouco em condomínios....
E, para quem se ilude com a ideia de que esse mal é exclusividade do Rio de Janeiro, esqueça! Esse nível de desordem urbana é um câncer que cresce em qualquer grande cidade do Brasil e do mundo e - infelizmente - é questão de tempo para bombas como essa explodirem de vez.
A única solução para isso é uma sementinha cujos frutos só aparecem em 20 ou 30 anos: investimento pesado em educação. Vale lembrar medida óbvia: um país que reduz suas cargas tributárias incentiva o surgimento de novas empresas, a criação de novos postos de trabalho, a geração de emprego e renda e o aquecimento da economia. Alô Dilma!!!!!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Deu samba



Outro dia, comentei com meu amigo Serginho que estava louca para dançar tango, ritmo que ele aprendeu recentemente. O Serginho adorou a ideia, mas ficamos
sem saber onde dançar, já que não conhecemos nenhuma casa que toque tango na cidade. O problema acabou quando li uma notícia sobre o Festival de Tango do Rio de Janeiro. O evento, que já está em sua 5ª edição, acontece simultaneamente em três grandes clubes cariocas. Logo, eu e Serginho teríamos opções para “riscar o salão”!
Me apressei em contar a boa nova ao meu amigo, que ficou todo entusiasmado! No dia “D” vesti aquele vestidão e conferi o evento com meu partner.
Quando chegamos, percebemos que havia um casamento acontecendo no mesmo clube, andar e setor do Festival de Tango. E, na verdade, as duas festas só eram separadas por uma plaquinha, com setinhas que indicavam as direções dos salões de uma e de outra. Óbvio que meia dúzia de seguranças grandões também estavam por lá (nada que impedisse aquela brincadeirinha nas internas sobre as terceiras intenções de “penetrar” na festa alheia).
Na verdade, percebi que os funcionários do clube estavam tão focados em filtrar o acesso ao casamento que enxerguei uma “oportunidade” não menos marota e passei ao largo pela bilheteria do Festival, levando comigo o Serginho. Sim, eu e meu amigo – talvez o último gentleman do RJ – não pagamos o valor dos ingressos. Essa molecagem já rendeu muito humor para a noite, mas somos do bem, então consumimos pesado em comes e bebes para compensar clube e organização do evento. Enfim, uma “troca” feliz para todos!
Bancando as celebridades, continuamos a rir muito já que notamos o climão “comunidade do tango e dança de salão” entre os presentes. Na pista, víamos casais arrebentar, com coreografias que lembravam a “Dança dos Famosos”. Nessa atmosfera “profissa”,nos recolhemos a nossa insignificância... Sentadinhos e nem por isso comportados, nos concentramos em comer,zoar e gargalhar.Um trio – solução para egos encolhidos e pouco dispostos a passar recibos de “amadores” na pista de dança. Para nossa sorte, esse espaço logo foi reservado aos verdadeiros artistas da noite, cantores e companhias de dança da Argentina e Uruguai, que emocionaram com que há de mais bonito no tango, milonga e até ritmos mais folclóricos dos dois países. Lindo, lindo!
Com o fim dos espetáculos, a pista foi novamente aberta aos “normais”, mas continuamos longe dela, já que a melodia não é a “especialidade” da dupla. Lá pelas tantas o DJ mandou uns forrozinhos e pude arrastar um tímido Serginho para o salão. Meu partner logo recobrou a confiança e mandou muito bem! Além disso, fez múltiplas piadas, quase me roubando o controle urinário (kkkk).
Mas nossa alegria durou pouco, pois o tango voltou...Meu amigo se sensibilizou com minha frustração e providenciou um cavalheiro para dançar tango comigo. Isso mesmo, Serginho deu uma de dance hunter e arrumou um tangueiro profissa com quem eu pude dançar (rsrsrs)!
Inspirado, o rapaz fez um remake adaptado, que eu chamaria de “Perfume de Homem”. Explico: depois dos cumprimentos iniciais, a primeira coordenada do moço foi: “Fecha os olhinhos”(kkk). Entregue, embarquei na do rapaz. Por una cabeza, encarnei La cumparsita e fui feliz o bastante para me contentar com a primeira dança.
Depois da dançadinha inaugural, conversei com meu fiel escudeiro Serginho e resolvemos partir.
Na saída, percebemos que todo aquele staff de seguranças não fiscalizava o acesso ao casamento. E...bingo: penetramos na festa alheia, coroando a noite com o gostinho de molecagem dupla...rsrsrs.
Felizes como pintos no lixo, dançamos eufóricos! Mas tudo que é bom dura pouco...Olhei ao redor e percebi que a maior parte dos convivas já tinham partido e logo seríamos descobertos como “penetras” caso não saíssemos da festa naquele momento.
No melhor estilo adolescente, vazamos! E Serginho empolgado, bancou o mestre-sala sambando como se não houvesse amanhã, em plena rua do requintado Leblon.
Sim, a blogueira que vos fala também encarnou a porta bandeira, fazendo aquela performance “apoteótica” (kkk) de sambista. Faz parte do nosso show...rsrsrs!
E, como a Sapucaí é grande, encerramos a noite com mil outras piadas (impublicáveis) no bar Veloso, onde sempre há “material humano” para muita crônica e personagens para muita história.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

De sol a céu

Manhã - dia,
tarde - noite ensolarada
Quero viver – te enluarada
inebriada do teu sol


Noite alta
madrugada
Quero amar-te muito ou quase nada

mergulhada no seu céu

Noite finda
manhã nascente
quero, enfim lhe ver poente
adormecido em mim.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Dilma e disputa eleitoral segundo Murilo Ribeiro

A vitória de Dilma é acontecimento mais relevante do ano, para o Brasil e o Murilo Ribeiro (jornalista, blogueiro e amigo pessoal) repercutiu esse resultado de maneira tão brilhante, que seria um pecado não dar mais espaço para seu texto. Segue a indicação de leitura: http://babelturbo.blogspot.com/