quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Surpresa!!!

Minha avó dizia que a surpresa vem de onde menos esperamos, justamente por isso surpreende...A sabedoria da avó inculta, mas experiente é inquestionável e caiu como uma luva nesse Janeiro.Me refiro ao atendimento que recebi no Hospital Universitário Pedro Ernesto, onde o intervalo entre a primeira consulta e a realização da cirurgia para a extração dos meus quatro dentes sisos foi de apenas três dias!
Depois de tanto questionar a eficiência do serviço público, tive provas que há honrosas exceções em uma maioria já rotulada como ineficiente ou coisas do tipo.
Foi legal conferir o trabalhos daqueles médicos que atendem com presteza e atenção a um bom número de pessoas, a cada dia. Eu, por exemplo, fui atendida pela Drª Isabella Zava, que do início ao fim cuidou de todos os detalhes. Até mesmo da marcação do horário da cirurgia, na agenda. Sou leiga e essa pode ser mesmo a praxe médica, mas cada atitude da equipe,sobretudo da Drª Isabella só deixavam a impressão de serem conscientes de que lidam com pessoas. E isso, por si só, agrega valor ao trabalho delicado dessas pessoas.
Quanto à própria cirurgia e toda a “tortura” que associamos à ela, posso dizer que foi bem mais tranqüilo do que imaginava. Claro que há desconforto e dor ao perceber que as anestesias aplicadas de início não foram suficientes e dois dos quatro dentes eram semi – inclusos, gigantescos e tiveram de ser “quebrados” em pedaços antes da extração. Primitiva, com meus dentes grandes de raízes idem, demandei o trabalho de dois médicos para me livrar dos resquícios dos antepassados. O segundo médico, que fez dupla com a Drª Isabella, se esforçou para me tranqüilizar. Chegou a mencionar a experiência que tinha com a aquele tipo de cirurgia. Nem era necessário...Como disse antes, confiei de cara no atendimento eficiente e humanizado que identifiquei ali. Só lamento haver tão poucos investimentos para um serviço que, sem dúvida, merece instalações mais modernas. É uma pena que a vontade política de quem destina e aplica verbas públicas seja menor que o empenho dessa galera.

OBS: Agradeço à amizade da Érika Lopes, que sacrificou seus compromissos para me acompanhar nessa “missão”, também ao meu pai – que me prestou o favor de fazer o “translado” de volta para casa e todas as demais pessoas queridas que procuraram acompanhar os desdobramentos, mesmo à distância.Beijos!!!

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Tufão

Queria não mais existir
E ser a brisa que corre...
Leve, inconseqüente e livre
Por entre céus e lares

Queria ficar estática,
No parque, na praça, na mata
Para não pensar em nada

Até sucumbir à fome, perecer e desaparecer
Me assemelhar ao ar - rarefeito e invisível
E depois me fundir ao vento violento
Virar tufão

E nessa metamorfose,
Ser, de fato, invisível,
Mas forte.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Sintoma

Poucas coisas são tão fantasiosas (e incoerentes) como a neve que inspira a decoração do comércio carioca. Meu coração vê com distância e “frieza” o inverno europeu em nosso verão tropical, em formato de bonecos de neve nos corredores de shoppings.
De perto, no entanto, sinto a corrupção - coisa presente na vida cotidiana, através de pequenas atitudes, que juntas, consolidam a “personalidade torta” do povo. Por injustiça e conveniência a sociedade ignora que a raiz do problema vem do sinal avançado, do imposto sonegado, da compra de produtos piratas e de todas as “pequenas” infrações a que cada um se permite.O cidadão médio apenas se surpreende com os escândalos, exemplos públicos de má fé e espírito corrupto mas, não se dá conta que a corrupção na política é mais um reflexo da postura de tirar vantagem, mesmo que isso implique em desrespeitar regras, leis e pessoas...Afinal, honestamente, o que o cidadão comum, que se omite em sanar o prejuízo, que causa a alguém, numa colisão de carros, por exemplo, não faria se tivesse a chance de desviar bilhões de reais de um orçamento público?
A projeção mostra que a corrupção não é a neve de que falei antes... A postura corrupta está nas negociatas do poder na mesma medida em que povoa o a vida de cada mero mortal.Reverter o desacerto que só faz aumentar a abstinência eleitoral a cada pleito e, mais ainda, a sensação de que o país nunca entrará nos eixos é tarefa de cada um de nós, a cada dia. Esse dever depende da consciência de que um erro não justifica o outro. Para que o cidadão brasileiro possa ser tratado com a seriedade que merece, é necessário que cada um se “dê ao respeito” e faça por merecer a justiça que espera dos poderosos.
Portanto, não tem jeito, a reforma do mundo começa com a “faxina” no seu universo particular.
Quero fazer esse dever de casa. Esse é meu desejo público para o ano que começou!